A taxa de desocupação no Brasil caiu para 5,6% no trimestre encerrado em julho de 2025, o menor índice da série histórica iniciada em 2012. Os dados foram divulgados nesta terça-feira (16) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e fazem parte da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD Contínua).
De acordo com o levantamento, o número de pessoas desocupadas recuou para 6,1 milhões, menor contingente desde o fim de 2013. Já a população ocupada alcançou 102,4 milhões de trabalhadores, um novo recorde histórico, com taxa de ocupação de 58,8%. O total de empregados com carteira assinada também atingiu marca inédita, chegando a 39,1 milhões.
Para o analista do IBGE William Kratochwill, os resultados confirmam o aquecimento da economia. “Esses números sustentam o bom momento do mercado de trabalho, com crescimento da ocupação e redução da subutilização da mão de obra, ou seja, um mercado de trabalho mais ativo.”
O levantamento também aponta que a população fora da força de trabalho manteve estabilidade em 65,6 milhões, enquanto o número de desalentados — pessoas que desistiram de procurar emprego — caiu para 2,7 milhões, uma redução de 11% em relação ao trimestre anterior.
O crescimento do emprego foi puxado principalmente pela agropecuária (+206 mil pessoas), pelo setor de informação, comunicação, atividades financeiras e administrativas (+260 mil) e pela administração pública, saúde e educação (+522 mil). Em comparação com o mesmo trimestre de 2024, também houve expansão em comércio, indústria, transporte e serviços.
Informalidade e recordes no trabalho formal
A taxa de informalidade recuou para 37,8%, abaixo do índice registrado um ano antes (38,7%). Apesar disso, o número de trabalhadores informais chegou a 38,8 milhões, levemente acima do trimestre anterior. Ainda assim, o crescimento mais expressivo foi do emprego formal, especialmente no setor privado com carteira assinada, que somou 39,1 milhões de pessoas.
O contingente de trabalhadores por conta própria também bateu recorde, com 25,9 milhões de brasileiros nessa condição. Já os empregados sem carteira assinada permaneceram estáveis em 13,5 milhões.
Rendimento em alta e massa salarial recorde
A massa de rendimento médio real dos trabalhadores chegou a R$ 352,3 bilhões, o maior valor já registrado, com alta de 2,5% frente ao trimestre anterior e 6,4% em relação a 2024. O rendimento médio mensal foi de R$ 3.484, crescendo 1,3% no trimestre e 3,8% no ano.
Sobre a pesquisa
A PNAD Contínua é o principal instrumento de monitoramento da força de trabalho no Brasil. A cada trimestre, mais de 211 mil domicílios são pesquisados em todo o país, com atuação de cerca de dois mil entrevistadores ligados às agências regionais do IBGE.