Após mais de 30 horas, Motta conseguiu retomar o controle da Câmara após a obstrução golpista deflagrada pela extrema direita. Parlamentares bolsonaristas invadiram a Mesa Diretora e obstruíram os trabalhos.
"Temos uma vitória aqui hoje (...) Foi feito um acordo conosco pra na semana que vem já começar a pautar. Acabar com o foro privilegiado. Começar a defender as prerrogativas do Congresso Nacional, dos parlamentares, perante o STF e a anistia. Então, é uma grande vitória. Na semana que vem, vamos cobrar", disse, diretamente da Mesa Diretora da Câmara.
O suposto acordo também foi anunciado pelo líder do PL na Câmara, deputado Sóstenes Cavalcante.
“Nós construímos compromisso com essa liderança de que pautaremos nesta Casa a mudança do foro privilegiado, para tirar a chantagem que deputados e senadores estão sofrendo por parte do STF. Junto com o fim do foro, vamos pautar a anistia. Esse foi o acordo feito”, declarou.
Segundo parlamentares da base do governo, entretanto, tal acordo com Motta para pautar a anistia aos golpistas não existe.
Desmentido
O líder do PT na Câmara, deputado Lindbergh Farias, participou das reuniões de Motta com as lideranças das bancadas e garantiu que não houve qualquer acordo para pautar a anistia, desmentindo os bolsonaristas.
Parlamentares da extrema direita, segundo o petista, teriam inventado o suposto acordo para não saírem como derrotados diante da opinião pública após a obstrução.
"Primeiro ponto: eles perderam, tiveram que sair da mesa. Segundo ponto: não houve nenhuma negociação com esse pessoal que estava fazendo chantagem. Participei de todas as reuniões, participei do Colégio de Líderes, de todas as negociações. Não vamos votar à anistia. Isso tá fora. Eles falam isso aqui porque estão tentando criar uma justificativa para base deles, pois tiveram que recuar", afirmou Lindbergh em coletiva de imprensa.
O parlamentar ainda anunciou que seu partido representará no Conselho de Ética contra os bolsonaristas que invadiram a Mesa Diretora e paralisaram os trabalhos na Câmara.
"Terceiro ponto: não dá para passar a mão na cabeça em quem fez isso. Esse discurso, esse pessoal que ocupou à força, impediu a realização dos trabalhos aqui na Câmara e no Senado, vai ter que ir para o Conselho de Ética. Nós vamos representar. Nós temos todos eles aqui anotados, a participação de cada um", anunciou.