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Ninguém é de ninguém

Abr 11, 2025

Por Izaías Almada, no GGN                                                                                             

 

Kobra

Já diziam os versos de um famoso bolero: “Ninguém é de ninguém, na vida tudo passa… Ninguém é de ninguém, até quem nos abraça…”

Parece que a liberdade de expressão virou bagunça: deputado bolsonarista defende no Congresso a morte do presidente Lula; o Secretário do Tesouro dos Estados Unidos advertiu aos países que querem fazer negócios com a China que tal decisão “seria como cavar a própria sepultura”; o neo-imperador romano, desculpem, norte americano, Trump, numa linguagem elegante e refinada afirmou que sua política tarifária está surtindo efeito e que vários países estão ligando para ele “beijando-lhe a bunda”

Médico, condenado a 14 anos e quatro meses de prisão por estupro de vulnerável, foi homenageado na Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp) em um evento realizado no dia 27 de março, promovido pela Associação Brasileira das Forças Internacionais de Paz.

Se as notícias acima não são fruto do grande e diabólico jogo das “fake news” (grande e poderosa arma em defesa do capitalismo), é possível afirmar que a geopolítica entrou no vale tudo e o capitalismo, idem, aliás, desde que surgiu como substituto do feudalismo… “O dinheiro é meu e ninguém tasca”…

As notícias dos noticiários de rádio e televisão, blogs e sites – os mais diversos – jogam diariamente milhares e variadas notícias no caldeirão do sensacionalismo, temperadas com a maldade em busca de audiências. E são distribuídas pelas redes sociais, essa maravilhosa teia de fabricar paranoicos.

A saudável e alegre comunicação entre pessoas, olho no olho, aperto de mãos e abraços vai sendo substituída pela frieza da comunicação digitalizada, onde até as mensagens de texto e de voz já não são lidas ou respondidas quando é o caso. E digo isso por experiência própria, confesso, e com alguma tristeza.

Afinal, para onde estamos caminhando? Ou, dito de outra maneira, para onde querem nos levar? A violência aumenta a cada dia que passa, com crimes e atitudes violentas que nos vão “amaciando” os sentimentos, preparando-nos para a violência do dia seguinte. Não foi esse o mundo que sonhei.

Lembro-me, por vezes, dos primeiros versos de Álvaro de Campos em seu poema “Tabacaria”:

Não sou nada.
Nunca serei nada.
Não posso querer ser nada.
À parte isso, tenho em mim todos os sonhos do mundo.

Izaías Almada é romancista, dramaturgo e roteirista brasileiro nascido em BH. Em 1963 mudou-se para a cidade de São Paulo, onde trabalhou em teatro, jornalismo, publicidade na TV e roteiro. Entre os anos de 1969 e 1971, foi prisioneiro político do golpe militar no Brasil que ocorreu em 1964.

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